Artista, Museólogo, Historiador, Mestre em Estética, Aluízio Câmara se apresenta com muitas facetas, mas sempre orbitando no chamado “Mundo da Arte”, entre criação pessoal, curadorias de exposições, projetos museológicos e museográficos.

Nascido em 1970, Aluizio iniciou sua carreira artística ainda no curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Pernambuco, no início dos anos 90, através das aulas de desenho artístico do professor Oscar Uchoa. Constituiu seu primeiro atelier em Casa Forte, em 1993, e passou a se dedicar à arte e aos trabalhos em museus e galerias do Recife, onde coordenou o Departamento de Artes Plásticas da Fundação de Cultura da Cidade do Recife entre 1997 e 2000, deixando esse cargo para assumir a Coordenação do Observatório Cultural Malakoff, ao mesmo tempo em que participava da criação do N.A.V.E – Núcleo de Artes Visuais e Experimentos, um projeto do artista Flávio Emanuel que Aluízio abraçou, juntamente com o artista Márcio Almeida.

Em 2002 partiu para Paris, onde fez formação em Museologia na Escola do Louvre e Mestrado na Sorbonne em Estética e Ciências da Arte. Ainda em Paris, no ano de 2005 denominado “ano do Brasil na França”, Aluízio realizou, como curador e coordenador, a exposição “Territórios Transitórios” no Palais de la Porte Dorée de Paris. Foram cerca de 1500m2 de exposição de arte pernambucana. 24 artistas representados, dentre as obras de Brennand, Vicente do Rêgo Monteiro e Cícero Dias, além outros tantos da contemporaneidade.

De volta ao Recife em 2006, cursou História na UNICAP e dividiu atelier com o amigo e artista Márcio Almeida, constituindo depois atelier individual na Rua dos Artistas e, em seguida, na “Casa da Rua”, projeto coletivo coordenado pelo produtor cultural Eduardo Souza. Fundou o Atelier da Rua do Cupim em 2016 onde até então mantém seu acervo e escritório em Recife.

Aluízio realizou e expôs séries artísticas que buscavam relatar as suas experiências estéticas e vivências urbanas. Logo no seu retorno de Paris produziu a série “A uma Passante”, a partir de um poema de Charles Baudelaire, sobre paixões fulgurantes e encontros fortuitos, tendo a rua como palco principal. Produziu também a série “Vilas Humanas, Seres Urbanos”, ilustrando a efervescência urbana do Centro da cidade do Recife, em desenhos a carvão sobre papel e pinturas que se transformaram em álbum serigráfico.

Em 2020, Aluizio criou a série “No Tempo da Praça”, retratando o convívio das pessoas nesses oásis públicos que são as praças do Recife, além de colocar a bicicleta enquanto protagonista do meio urbano. Durante a pandemia, já em 2021, foi a vez da Série “Quem disse que não vai ter Carnaval?”, uma série de pinturas sobre o carnaval do Recife e Olinda, sobre os blocos de Frevo. Confeccionou também, a partir das pinturas originais, um álbum serigráfico com 8 reproduções e uma campanha para reverter parte da renda das serigrafias para as agremiações e grupos retratados nesses trabalhos.

Atualmente Aluízio vive e trabalha na cidade de Toulouse, no Sul da França, onde pretende passar os dois próximos anos desenvolvendo um projeto artístico intitulado “Pelas Ruas que Andei”, tendo como suporte o curso de desenho de Raphael Larre, na Escola de Belas Artes de Toulouse, onde está inscrito. Antes de sair do Recife ainda confeccionou uma série de 20 pinturas intituladas “Magrelas Floridas”, explorando plasticamente o tema da Natureza Morta e das bicicletas, uma paixão artística e cidadã.